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Ouvidor Pe Domingos

 

Está convenientemente recordado n'Esta Terra – Esta Gente”, (2002) de que é autor o saudoso e erudito, que foi, P. Idalmiro Ferreira. Todavia, quando S. Roque celebra a festa anual do seu Padroeiro, vale a pena trazer aqui essa grande Figura de Sacerdote e de Homem que foi o Padre Ouvidor Domingos Ferreira da Rosa Ângelo, de seu nome completo.

Recordo sempre esta extraordinária Personalidade eclesiástica, com muito respeito, pois na minha infância e juventude conheci-o de perto quando paroquiava Santa Cruz das Ribeiras.

E, a propósito: “à informação do Cabido (de Angra) submeteu S. Exa. o Bispo da Diocese, na sessão capitular de 13 de Janeiro de 1916, o processo de elevação a Paróquia, do Curato de Santa Cruz das Ribeiras, da Ilha do Pico. Foi aprovado por maioria. Era cura o P. Domingos que passou a ser o vigário económico. E ali se conservou até que, dez anos depois, em  1927, foi transferido para Vigário e Ouvidor de São Roque do Pico.  

Em S. Roque o Pe. Domingos, era assim conhecido e tratado, desempenhou uma notável actividade sacerdotal e civil, chegando a ser Presidente da Câmara e Administrador do Concelho de São Roque.

Enquanto paroquiou em Santa Cruz das Ribeiras, quer como Cura quer, como disse, a partir de 1917 como Pároco, teve sempre um relacionamento fraterno com o Pároco e Ouvidor das Lajes, o saudoso P. José Vieira Soares.  Era quase sempre o orador oficial das principais solenidades da Matriz da Santíssima Trindade. E, sempre que estava presente, tomava parte na capela local, pois além de distinto músico, tinha uma soberba voz de tenor.

Mesmo depois da sua transferência para S. Roque, sua terra natal, não deixava de vir às Lajes pregar nas semanas da Páscoa, nas novenas e festas de Lourdes e, mais tarde, na festa de Santa Teresinha que aqui chegou, por volta de 1926.

A última vez que me lembro de aqui estar foi a presidir ao funeral do colega e particular amigo, Ouvidor José Vieira Soares, em 1947. Nessa ocasião, de joelhos, ante o ataúde, cantou um extenso responso, que impressionou toda a assistência.

Mas não só nas Lajes, mas também na Silveira, nas festas de verão, estava sempre presente o Ouvidor de S. Roque, na continuação de uma amizade invulgar, que sempre manteve até ao prematuro falecimento.

De anotar ainda que, para S. Roque e para as suas festas principais, convidava o ouvidor das Lajes. Tanto assim que, aquando das comemorações centenárias de 1940,  dia de S. Roque, após a inauguração da estátua de D. Dinis, no porto do Cais do Pico, celebrou-se na Matriz a festa do orago e nela foi orador o P. José Vieira Soares, estando presentes todas as Autoridades distritais e concelhias.

Recordo o P. Domingos com muito respeito e senti deveras o seu falecimento, em circunstâncias tão lamentáveis.

É uma figura que não pode ser esquecida na ilha do Pico, muito embora o relevo que lhe dá o saudoso P. Idalmiro Ferreira, no seu já referido livro. O P. Domingos Ferreira da Rosa Ângelo merece mais do que uma simples lápide toponímica. Na casa  onde viveu, em S. Roque, ao menos uma placa devia assinalar que nela residiu o notável sacerdote.

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